Seja bem vindo ao décimo segundo artigo da série “Estratégias para Observação do Comportamento e Intervenção”. No artigo de hoje será abordada a visão mecanicista e selecionista do comportamento.

No artigo anterior foram retomados os conceitos já apresentados nesta série para embasar a influência da relação entre probabilidade e previsibilidade para a investigação das causas do comportamento.

Discutimos que o comportamento respondente possui alta previsibilidade devido às causas de sua ocorrência serem comuns à nossa espécie e investigadas pelas ciências biológicas.

Por outro lado, o comportamento operante possui sua previsibilidade diretamente relacionada à investigação de regularidades na história de vida do indivíduo que indiquem a probabilidade de ocorrência diante de determinados contextos antecedentes.

Ao adotar o modelo de seleção por consequências para investigar as causas que explicam a ocorrência do comportamento, parte-se para uma visão selecionista em detrimento de uma visão mecanicista.

Na visão mecanicista busca-se a causa enquanto a origem do comportamento, baseado em relações de causa e efeito.

Ou seja, a visão mecanicista busca explicar que: o comportamento foi originado por determinada causa.

Já a visão selecionista considera a contribuição dos níveis de seleção por consequência, uma vez que reconhece a ampla rede de estímulos que interagem de forma complexa e sistêmica no ambiente do indivíduo antes que uma resposta seja selecionada.

Para a visão selecionista a explicação do comportamento vai sempre remeter à história de vida do indivíduo, conforme discutido no nono artigo da série.

Desse modo, a visão selecionista busca explicar que: as consequências ao longo da história de vida influenciaram a probabilidade do indivíduo selecionar o comportamento diante de determinadas situações.

Partindo desse pressuposto, se as consequências influenciam a probabilidade do indivíduo selecionar uma resposta no futuro, então essa probabilidade pode estar relacionada à função da resposta gerar consequências no ambiente futuro.

Diante disso é possível entender a função do comportamento como uma avaliação da probabilidade de, diante de uma situação antecedente, a resposta do indivíduo gerar determinadas consequências no ambiente.

Ao partir para uma visão selecionista para investigar as causas que explicam a ocorrência do comportamento, torna-se importante, portanto, inferir as funções que o comportamento têm no ambiente do indivíduo.

Nesse momento em que estamos aprofundando cada vez mais a investigação das causas comportamento, talvez você esteja pensando em quão complexo esse processo pode se tornar.

Mas a boa notícia é, justamente por considerar toda a complexidade envolvida na explicação de um comportamento, que ao longo da evolução do referencial teórico da Análise do Comportamento foi desenvolvido um método para observar, descrever e sistematizar a investigação das relações vigentes na interação do indivíduo com o ambiente.

Se você está interessado em saber mais sobre esse método, conhecido como análise funcional, continue acompanhando o blog que desenvolveremos o tema ao longo dos próximos artigos da série.

Ou então entre em contato comigo, pois ficarei contente em te ajudar. Até a próxima.

Graduado em Esporte, Especialista em Treinamento Esportivo e Mestre em Análise do Comportamento pela Universidade Estadual de Londrina. Possui experiência profissional na área de treinamento esportivo, com ênfase em futebol, atuando principalmente nas áreas voltadas à preparação técnico-tática, análise de desempenho e psicologia do esporte.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *