Seja bem vindo ao décimo oitavo artigo da série “Estratégias para Observação do Comportamento e Intervenção”. No artigo de hoje será abordada a substituição da noção de causa pela de função do comportamento.

No artigo anterior foi abordado que um comportamento pode ter mais de uma função que mantém a sua ocorrência diante de determinadas situações e que é possível investigar qual função pôde influenciar mais o comportamento.

Foi abordado, também, que a investigação da função pode contribuir com a previsão do comportamento em situações futuras e que essa previsão não é definitiva, mas sim baseada em suposições que carecem de observação ao longo do tempo para serem confirmadas ou refutadas.

Se este artigo é o primeiro que você está lendo da série, é altamente recomendável a leitura dos artigos anteriores para compreender que, ao adotar uma visão selecionista, o conceito de função substitui a noção de causa de um comportamento.

Isso porque, conforme apresentado no segundo artigo, a Análise do Comportamento é uma abordagem da Psicologia que nasceu da experimentação científica, então parte-se do princípio que deve-se considerar o comportamento enquanto uma variável dependente que pode ser influenciada por variáveis independentes do ambiente.

Assim, ao investigar um comportamento, o que é possível observar são relações entre eventos ou variáveis comportamentais e ambientais. Ou seja, é possível observar mudanças no fenômeno ‘comportamento’ e mudanças no fenômeno ‘ambiente’.

A partir destas observações é possível supor relações entre esses fenômenos e descrever estas interdependências de causa e efeito.

No entanto, conforme apresentado no terceiro artigo, as relações entre esses fenômenos evoluem à medida que possuem utilidade na sobrevivência do indivíduo num ambiente que também pode sofrer alterações.

Desse modo, ao substituir a noção de causa pela de função, admite-se que essas relações de causa e efeito não são definitivas, são explicações que partem da descrição dessas relações no período observado.

Então, a investigação da função contribui à prática dos psicólogos tanto como recurso explicativo do comportamento, como enquanto um método para proposição de intervenção em terapias comportamentais.

Enquanto método, analisar a função, ou fazer uma análise funcional, significa decompor o comportamento em estímulos antecedentes, resposta e estímulos consequentes, descrevendo as contingências que podem estar influenciando a ocorrência do comportamento.

As vantagens de uma análise funcional são que, além de identificar as variáveis importantes para a ocorrência de um comportamento, ela possibilita o planejamento de condições para manipular os estímulos antecedentes ou consequentes que possam influenciar na resposta do indivíduo. 

Se ficou claro para você o conceito de função, agora é possível avançar no estudo da análise funcional na sequência de artigos da série.

Se ainda não está claro, por favor entre em contato comigo. Até a próxima.

Graduado em Esporte, Especialista em Treinamento Esportivo e Mestre em Análise do Comportamento pela Universidade Estadual de Londrina. Possui experiência profissional na área de treinamento esportivo, com ênfase em futebol, atuando principalmente nas áreas voltadas à preparação técnico-tática, análise de desempenho e psicologia do esporte.

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