Seja bem vindo ao quinto artigo da série “Estratégias para Observação do Comportamento e Intervenção”. No artigo de hoje será abordado o estudo do comportamento operante a partir da origem da definição proposta por Skinner.

Em relação a totalidade de comportamentos que um indivíduo pode ter em seu repertório comportamental, uma parcela é de comportamentos respondentes, conforme discutido no artigo anterior.

Os comportamentos respondentes são respostas involuntárias do organismo que ocorrem na presença de determinado estímulo e que herdamos geneticamente ao longo do processo de seleção natural da nossa espécie.

No entanto, na proposta de Skinner o comportamento respondente abrange a menor parte das interações de um indivíduo com o ambiente.

Isso porque em suas pesquisas experimentais o autor observou que o indivíduo afeta o ambiente por meio de suas respostas e, por sua vez, as alterações produzidas no ambiente afetam o indivíduo.

Em outras palavras, nos experimentos dessa interação entre o indivíduo e o ambiente, ao manipular as alterações produzidas no ambiente após a ocorrência da resposta, começaram a ser observadas diferentes respostas do indivíduo na presença do mesmo estímulo antecedente de respostas anteriores.

Seguindo essa linha de raciocínio foi possível destacar dois resultados:

  • um mesmo estímulo poderia anteceder diferentes respostas do mesmo indivíduo;
  • manipulações nas alterações ambientais após a resposta, alteravam o padrão de resposta do indivíduo na presença do mesmo estímulo;

Diante desses resultados, Skinner entendeu ser necessário refletir sobre os seguintes aspectos:

  • se uma mudança na Resposta do indivíduo frente a um Estímulo é uma operação em relação às Consequências do ambiente ao longo do tempo;
  • se essa operação é fruto do acúmulo de experiências do indivíduo em interação com os estímulos antecedentes e consequentes do ambiente ao longo do tempo;
  • se essa operação é uma mudança no sentido de aumentar a probabilidade de obter uma melhor adaptação ao ambiente;
  • se essa operação gera uma melhor adaptação do indivíduo ao ambiente mas não altera a sua herança genética;
  • logo essa operação só pode ser uma mudança aprendida e voluntária.

Tem-se então a origem da definição de comportamento operante em uma unidade de três termos em interação, Estímulo, Resposta e Consequência.

Compreendida a definição de comportamento operante e a sua origem, podemos então continuar avançando nos próximos artigos ao estudo do comportamento operante a partir da proposta do modelo de seleção por consequências.

Caso ainda tenha ficado alguma dúvida, estarei a disposição e ficarei contente em responder ao seu contato. Até a próxima.

Graduado em Esporte, Especialista em Treinamento Esportivo e Mestre em Análise do Comportamento pela Universidade Estadual de Londrina. Possui experiência profissional na área de treinamento esportivo, com ênfase em futebol, atuando principalmente nas áreas voltadas à preparação técnico-tática, análise de desempenho e psicologia do esporte.

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