Seja bem vindo ao segundo artigo da série “Estratégias para Observação do Comportamento e Intervenção”. No artigo de hoje será abordado o estudo do comportamento enquanto variável dependente, conforme o referencial teórico da Abordagem da Análise do comportamento, cuja filosofia é conhecida como Behaviorismo Radical.

Behaviorismo vem do inglês behavior que significa comportamento. Radical se refere à premissa de que as causas do comportamento sempre serão explicadas enquanto interações do individuo com o contexto ambiental em que está inserido e nunca recorrendo a entidades superiores, construções hipotéticas ou estados mentais.

Ou seja, como a abordagem nasceu da experimentação científica, parte-se do princípio que deve-se considerar o comportamento enquanto uma variável dependente que pode ser influenciada por variáveis independentes.

Desse modo, retomando as variáveis do desempenho esportivo (nas vertentes técnica, física, tática e psicológica) enquanto observações do comportamento do atleta (abordado no artigo anterior), é possível estabelecer o seguinte experimento:

Um comportamento-alvo (métrica técnica, tática, física ou psicológica) – Variável Dependente – VD
Intervenção da comissão técnica no treino – Variável Independente – VI

Nesse experimento um determinado comportamento-alvo (VD) seria registrado até encontrar um padrão. Nesse momento a comissão técnica aplica uma intervenção (VI), um treino ou uma sequência de treinos, com objetivo de ter como consequência uma alteração no padrão encontrado no comportamento-alvo (VD) antes da intervenção.

Dentre os objetivos que a comissão técnica poderia ter para a intervenção é possível descrever comportamentos que precisam ser ensinados, eliminados, aumentados, reduzidos ou otimizados.

Em outras palavras, se uma comissão técnica deseja que determinado comportamento-alvo aumente o seu tempo de duração, ou diminua o número de frequência de ocorrências, ou que ocorra em determinado tempo e espaço específico, então a comissão técnica deverá executar um treino que aumente a probabilidade de obter as alterações desejadas no comportamento-alvo.

Faz sentido para você que, quanto mais conhecimento sobre as causas que mantém um comportamento ocorrendo, maior probabilidade da comissão técnica propor uma intervenção capaz de alcançar os objetivos propostos?

Se sim, te convido a acompanhar a sequência de artigos, às terças, quintas e domingos, sobre o estudo do comportamento que, aos poucos, agregará o aprofundamento necessário para analisar as causas que mantém um comportamento ocorrendo.

Se você ainda não tem certeza, ou a resposta for negativa, entre em contato!

Estarei contente em escutar a sua dúvida ou ponto de vista. Até a próxima.

Graduado em Esporte, Especialista em Treinamento Esportivo e Mestre em Análise do Comportamento pela Universidade Estadual de Londrina. Possui experiência profissional na área de treinamento esportivo, com ênfase em futebol, atuando principalmente nas áreas voltadas à preparação técnico-tática, análise de desempenho e psicologia do esporte.

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